“Javali é um drama do mundo rural”, diz autarca de Montalegre

Javalis são um drama
Javalis devoram culturas do concelho de Montalegre

Na recente reunião ocorrida com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o presidente do Município de Montalegre deu conta, entre outras preocupações, da necessidade de haver uma harmonização do calendário venatório entre Portugal e a Galiza (Espanha).



A suportar este desejo está a alta densidade de javalis no concelho. Um «drama do Mundo rural», esclarece Orlando Alves, que afeta a economia do território. O autarca renova o apelo dirigindo-o a quem tem nas mãos a decisão de inverter esta matéria.

De que forma a presença do javali afeta o concelho?

O javali é um drama. O concelho, dentro de pouco tempo, passa a ter mais javalis do que pessoas. É um drama do mundo rural. O javali, se não tiver onde se alimentar, ataca as pessoas. O nosso território é vítima da discrepância de calendário que existe entre Portugal e a Galiza (Espanha). Os animais nas zonas raianas, a partir do mês de agosto – época onde são realizadas as batidas na Galiza – passam a refugiar-se em Portugal. Deste modo, até outubro – época das colheitas – altura em que os campos estão “verdinhos” e as culturas estão “saborosas”, é um fartar vilanagem! Saem onde são perseguidos, instalam-se por aqui e não há campo nem sementeira que sobreviva.

O que tem feito a autarquia para mostrar esta preocupação?

Já fizemos ver esta situação ao anterior ministro do Ambiente. Fizemos uma reunião em Montalegre, com a direção nacional do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), onde anunciámos os perigos e o drama que tudo isto representa. Infelizmente, deixaram-nos com muitas promessas, mas depois chegam a Lisboa e tudo é esquecido.

O apelo foi renovado na recente reunião com a ANEPC…

Sim. Voltamos a lembrar nessa reunião para a necessidade de haver um plano de “ataque” a este drama. No nosso entender, passa pela oportunidade de, ao longo de todo o ano, serem feitos abates (batidas) sistemáticos e devidamente autorizados.

Que futuro perspetiva?

Vamos acreditar que a situação seja invertida. Estamos a falar de um drama dos agricultores de Montalegre. Um drama da população, de todo o Mundo rural. Gostaríamos que estes contributos que Montalegre dá – são dados com muito respeito e vontade de colaborar – fossem percebidos por quem está sentado num gabinete em Lisboa e que nunca teve oportunidade de ver um javali. Queremos que esta situação seja debelada. Isto não é um apelo do Presidente da Câmara de Montalegre. Isto é um apelo de todo o Mundo rural porque todos estamos a ser vítimas do mesmo.

Orlando Alves, presidente da Câmara Municipal de Montalegre | Foto: Eduardo Pinto

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