
Foto: Universidade de Aveiro
A vulgar alface-do-mar pode ser a solução para limpar águas contaminadas pela indústria e pelo consumo doméstico.
A Universidade de Aveiro anunciou, esta terça-feira, que uma equipa de investigadores descobriu que esta alga tem uma “grande capacidade para remover elementos potencialmente tóxicos da água, a maior parte deles perigosos para a saúde humana e para o meio ambiente”.
O investigador Bruno Henriques salienta que “a remoção de, entre outros elementos, arsénio, mercúrio, cádmio e chumbo, é muito elevada”.
Comparativamente a outros materiais, naturais ou sintéticos, usados hoje correntemente para o mesmo efeito, “a taxa de sucesso da alface-do-mar “é superior”.
Por isso, o investigador considera que “estas algas são uma alternativa eficiente, pois removem percentagens elevadas de contaminantes num período curto de tempo, a metodologia é económica e mais ecológica do que os métodos ‘clássicos’ para a remoção destes elementos, que são menos eficazes e, muitas vezes, mais caros, o que se traduz em baixo custo-benefício”.
O segredo da grande capacidade de ‘limpeza’ pela alga explica-se através da sorção, processo através do qual a alface-do-mar consegue incorporar nos seus tecidos os contaminantes.

O rápido crescimento destas algas, congratula-se Bruno Henriques, “contribui para que se consigam remover os contaminantes em cada vez maior quantidade, pois o crescimento da alga aumenta o número de locais de superfície aos quais estes elementos tóxicos se podem ligar”.
O trabalho foi desenvolvido por uma equipa multidisciplinar da Universidade de Aveiro constituída por Bruno Henriques, Ana Teixeira, Paula Figueira, Joana Almeida e Eduarda Pereira, com a cooperação da Universidade do Porto e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.
Por Rádio Ansiães