Minas de Volfrâmio da Borralha podem reabrir

Minas da Borralha, em Montalegre, estão desativadas desde 1986
Foto: portoenorte.pt

Mais de 30 anos após o seu encerramento, as minas de volfrâmio da Borralha, em Montalegre, poderão ser reativadas e voltar a gerar riqueza num território que para além deste concelho barrosão também abrange o contíguo de Vieira do Minho.



Recentemente foi publicado em Diário da República um aviso que convida os interessados a, no prazo de 30 dias, apresentar reclamações em relação ao período de exploração experimental requerido à Direção-Geral de Energia e Geologia pela Minerália – Minas, Geotecnia e Construções, Lda. Numa área de 56 quilómetros quadrados, a empresa pretende explorar volfrâmio, estanho e molibdénio.

O presidente da Câmara Municipal de Montalegre, Orlando Alves, olha para esta possibilidade com esperança, pois “o volfrâmio tem muita procura e é uma riqueza importantíssima para o país”.

Lembra que, nos melhores tempos da mina, nas décadas de 1940 a 1960, chegou a haver ali “mais de 800 trabalhadores, 24 sobre 24 horas”. Era naquela época “a maior indústria do distrito de Vila Real”, tendo “contribuído muito para o PIB nacional e durante muitos anos”. “Pagava muito bem aos funcionários e dava-lhes casa”, sublinha ainda Orlando Alves.

As minas da Borralha encerraram em 1986 devido à forte concorrência do volfrâmio chinês, muito mais barato, e desde então o património mineiro foi sendo adquirido pela Câmara de Montalegre, que tem feito continuadamente “intervenções para não deixar morrer aquilo”. É que Orlando Alves tem a certeza que “o volfrâmio está lá” e que há vantagens em ser explorado.

O autarca reuniu com investigadores da Universidade do Porto para que apresentem um “projeto de intervenção no interior da mina para que seja visitável em condições de segurança”.

O período que coincidiu com a segunda Guerra Mundial foi um dos mais ativos nas minas da Borralha. “Deu-se o caso de comercializar o volfrâmio ao mesmo tempo para aliados e para nazis”, recorda Orlando Alves.

O autarca de Montalegre lembra que nos tempos da “fárria”, houve pessoas que “vendiam o volfrâmio no mercado negro para ir para a Alemanha”. “Havia quem fumasse e fizesse cigarros com notas de mil escudos!”

Por Eduardo Pinto

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