
Foto: Eduardo Pinto
O troço da Estrada Nacional 222 (EN222) marginal ao rio Douro, que abrange os concelhos de Lamego, Armamar, Tabuaço e São João da Pesqueira, foi considerado o melhor do mundo para conduzir, mas o Partido Ecologista os Verdes viajou por lá e não tem tanta certeza. Aponta “falta de segurança” devido à “instabilidade de taludes, irregularidades no piso e ausência de proteção lateral”. A Infraestruturas de Portugal responde que a estrada apresenta “um nível de serviço e segurança adequados”.
Miguel Martins, membro da comissão executiva do partido, verificou que a estrada é muito movimentada, até porque está numa zona que é Património Mundial da UNESCO, e que há sítios onde “o piso é irregular por causa da cedência do solo” e há “taludes que correm o risco de desmoronar”, o que “coloca em causa a segurança das pessoas”.
Acrescenta que “em partes da estrada as proteções são praticamente inexistentes”. Refere-se a zonas em que ao invés de rails de metal existem uns muretes de pedra que são “muito baixos” e que “não garantem a segurança mínima”.
Quem utiliza a EN222 revê-se no protesto. Raúl Carvalho, 71 anos, vive em Folgosa do Douro, Armamar, diz que “a parte pior é entre a barragem de Bagaúste e a Régua. Aquilo é uma miséria para o trânsito”. É “uma estrada estreita, na qual circulam muitos autocarros”, sobretudo no verão, que “precisa de reparações”. Cada vez que o conterrâneo José Santos, 66 anos, vai à Régua “é uma dor de cabeça”. Viaja “com o coração nas mãos com medo de um acidente”, tanto “porque a estrada é estreita”, como pela “possibilidade de desmoronamento de algum muro”.
Como passam por aquela via “milhares de carros ao dia” exigem “mais segurança” e desafiam o Governo a “olhar também para o Douro e não só para a zona de Lisboa”, já que ali “também há portugueses”.
O deputado do partido ecologista, José Luís Ferreira, entregou na Assembleia da República uma série de perguntas dirigidas ao Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, sobre os “riscos que representa a EN222”, que liga Vila Nova de Gaia a Almendra, em Vila Nova de Foz Côa. Quer saber o que tem sido feito e o que está previsto para melhorar a segurança.
Fonte oficial da Infraestruturas de Portugal esclareceu que o estado de conservação da EN222 “apresenta um nível de serviço e segurança adequados”. Sublinha que “foram recentemente executadas duas empreitadas de estabilização de taludes” e realiza “obras de conservação em todos os componentes constituintes das vias e obras de arte, tanto de carácter curativo como preventivo”, para além de “intervenções em situações de emergência de forma a rapidamente repor as condições de circulação e segurança”.
O planeamento de curto e médio prazo inclui diversas operações para melhoria das condições de segurança em troços da EN222 em Vila Nova de Gaia, Castelo de Paiva, Resende, Lamego, Tabuaço, São João da Pesqueira e Vila Nova de Foz Côa.
O Presidente da Câmara Municipal de São João da Pesqueira, Manuel Cordeiro, diz que tem a indicação do Governo de que “haverá uma requalificação da EN222” no seu concelho, mas “só ao nível do piso”. “Queremos o alargamento em alguns pontos e corte de curvas, pois é uma via perigosa”, salienta.
Por Eduardo Pinto