Comboio voltará a apitar na linha do Tua em agosto

Tua Express vai assegurar as viagens turísticas entre Brunheda e Mirandela.
Foto: Eduardo Pinto

Agosto deste ano é a nova data para que o comboio volte a apitar ao longo dos 33 quilómetros que restam da linha ferroviária do Tua, entre as estações de Brunheda (Carrazeda de Ansiães) e Mirandela. Já era para ter arrancado no verão de 2017, mas devido a burocracias diversas e défice de segurança na via ficou parado à espera de melhorias dias. 



“O dia bom”, como o definiu o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, foi 8 de fevereiro. O dia em que foram assinados, em Vila Flor, os contratos das obras que falta fazer na via para pôr o comboio a andar. “Ficaram desbloqueadas todas as autorizações de obra, os mecanismos de financiamento para a contratação e foi assinado o contrato de empreitada”, explicou o ministro.

O Tua Express, que vai assegurar as viagens turísticas, está parado em Mirandela há dois anos e meio, tanto quanto o barco rabelo que vai fazer as viagens na albufeira da barragem do Tua leva atracado no cais da Brunheda. São os dois elementos principais do Plano de Mobilidade do Vale do Tua. 

Pedro Marques salientou que os contratos agora assinados são o culminar de “um trabalho de mais de três anos” e que “há uma década era ambicionado”. “As obras arrancam agora [consolidação de taludes e instalação de rede de monitorização de queda de pedras] e estarão concluídas até ao verão”, acrescentou.

“Espero que em agosto possamos iniciar as viagens regulares”, desejou Mário Ferreira, da empresa Mystic Tua que vai operacionalizar a mobilidade turística e quotidiana no vale do Tua, que abrange ainda os concelhos de Alijó e Murça. 

Mário Ferreira assegura que da parte da sua empresa “está tudo pronto há dois anos” para implementar o Plano de Mobilidade do Vale do Tua, mas também admite que, em prol da garantia de melhores condições da via, poderá ter sido preferível esperar mais algum tempo. “Assim sabemos que vamos arrancar em segurança”, vincou.

O transporte quotidiano, de manhã e à tarde, será realizado por duas automotoras da extinta Metro de Mirandela, que a Mystic Tua comprou e que já estão a ser recuperadas. O empresário não espera ter lucro nos primeiros anos. “Se não perdermos dinheiro já ficaremos satisfeitos”.

Quando o plano estiver a ser executado estarão já investidos “cerca de 15 milhões de euros”, de acordo com José Paredes, o “feliz” presidente da Agência de Desenvolvimento do Vale do Tua. O também presidente da Câmara de Alijó realça que é um projeto “verdadeiramente estruturante,” mas ainda “há muito trabalho a fazer junto dos autarcas para tirar o máximo partido do plano de mobilidade” 

Agora vai ter de haver “um projeto de desenvolvimento económico e turístico no vale, para que os turistas visitem a região e comprem os seus produtos”, recomendou o ministro. “Têm que encontrar serviços e atividades para que não façam apenas o percurso para cima e para baixo”, acrescentou, convencido que o plano de mobilidade dará “um bom contributo para o desenvolvimento turístico da região”.

A Mystic Tua ficará responsável pela manutenção geral da linha, com trabalhadores especializados, já que os da Metro de Mirandela passaram para aquela empresa, mas a conservação de túneis, pontes e taludes continuará sob a alçada da Infraestruturas de Portugal.

Por Eduardo Pinto

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