Aeroclube de Bragança dá asas à solidariedade

Foto: Direitos Reservados

A preços normais um batismo de voo custa 60 euros. Mas, graças à celebração de um protocolo entre o Aeroclube de Bragança (ACB) a União de Instituições Particulares de Solidariedade Social do Distrito de Bragança (UIPSSDB), qualquer pessoa pode usufruir desta experiência pelo valor de 30 euros, que reverte para a União.



O ACB já assumiu como prática na sua relação com a comunidade o apoio e incentivo à solidariedade e esta iniciativa enquadra-se perfeitamente nessa missão. “Começamos neste sábado, 23 de fevereiro, e todos os sábados até julho, vamos realizar batismos de voo a quem quiser, em troca de um donativo para a UIPSSDB, que tem um valor mínimo de 30 euros mas que poderá ser maior se cada um assim o desejar”, explicou Nuno Fernandes, presidente do SCB.

Paula Pimentel acompanhou o primeiro dia da iniciativa com alguma expetativa: “Existe sempre alguma apreensão porque sabemos que a sociedade cada vez, voluntariamente, faz menos donativos a estas instituições, as pessoas colaboram quando são chamadas e acreditamos que com esta iniciativa vamos alcançar bons resultados”, referiu.

No primeiro dia mais de uma dezena de pessoas aceitaram o desafio. Logo pela manhã, no primeiro voo realizado, David Madureira, fez o seu “batismo de voo” com os dois filhos e uma prima. “Foi fantástico, a experiência em si é muito interessante e o facto de com esta atividade estarmos a contribuir para uma causa solidária deixa-nos ainda mais compensados”, declarou.

Os mais pequenos não escondiam o entusiasmo por terem a possibilidade de ver a cidade numa outra perspetiva. “Vi a minha casa”, contava o João Diogo, de dez anos.

A mais jovem a voar neste primeiro dia tinha apenas cinco anos, o mais sénior 72 anos. “Há 48 anos que eu não voava num avião pequeno, igual a este”, recordou Eduardo Gonçalves, contando que quando estava em Angola, a cumprir o serviço militar, “para ir da zona onde estava localizado, no mato, para Luanda, a 200 km, usava os serviços de um táxi aéreo”, feito por aviões de pequena dimensão, como aqueles que usa o ACB para realizar os batismos de voo.

Cada viagem, seja de batismo ou não, representa um importante contributo para a UIPSSDB, que aspira adquirir uma carrinha no valor de 25 mil euros que pretende colocar ao serviço não são da direção da União das IPPSS, como de cada uma das 83 instituições que integram esta união que muitas vezes têm necessidade apoio para deslocar os utentes em simples visitas ou passeios.

A UIPSSDB criou recentemente um Centro de Recursos de Ajudas Técnicas para as suas associadas tentando, em cada momento, responder às necessidades individuais de cada uma. “Temos sempre necessidade de andarilhos, cadeiras de rodas, camas articuladas”, enumerou Paula Pimentel, sublinhando a importância da comunidade conhecer esta realidade e se solidarizar com estas instituições. “Alguns diretores das IPSS estão a adquirir, a título particular, batismos de voo para oferecer a alguns colaboradores, ajudando a causa e, em simultâneo, estimulando e valorizando o trabalho e a dedicação”, contou, sugerindo que outras instituições e até empresas possam seguir este exemplo. Por cada donativo recebido a UIPSSDB passa o respetivo recibo que entra nas deduções fiscais.

Mas o protocolo celebrado entre as referidas entidades, ambas sem fins lucrativos, não se esgota nos batismos de voo. “Vamos também vender rifas do “CARETO AirShow” 2019, e essa verba reverte para a mesma causa, assim como 10% da receita do merchandising do ACB, e vamos ainda oferecer 54 voos para utentes das Instituições associadas que nunca tenham voado”, acrescentou Nuno Fernandes.

Recordamos que anualmente o ACB tem apoiado uma Instituição de Solidariedade Social desde o início do Festival “CARETO AirShow”. Só entre 2016 e 2018 o ACB levou a voar, gratuitamente e pela primeira vez, mais de 300 pessoas que se assim não fosse, nunca teriam oportunidade de o fazer. Em 2018 ofereceu o mobiliário novo para o refeitório da Obra Kolping de Bragança, instituição que desenvolve essencialmente o seu trabalho na área da infância e juventude e acolhe crianças provenientes de famílias multiproblemáticas, desestruturadas, com carências socioeconómicas.

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